A psicanálise e o olhar de mil jardas compartilham uma profunda conexão, pois ambas lidam com as consequências psicológicas de experiências traumáticas.
O olhar de mil jardas é uma expressão que descreve um olhar fixo e vazio associado a traumas, pode ser analisado sob a perspectiva psicanalítica como uma forma de dissociação e defesa mental e emocional.
A expressão surgiu durante a Segunda Guerra Mundial para descrever o olhar de soldados que haviam vivenciados combates intensos e traumáticos.
O olhar de mil jardas é um sintoma de estresse pós-traumático e indica um estado de desligamento emocional e dissociativo, como se a pessoa estivesse olhando para dentro, revivendo o trauma.
O olhar é vazio, fixo e sem foco, como se o indivíduo estivesse distante do mundo exterior e se afastando da sua realidade para proteger sua psique do impacto do trauma.
Na terapia psicanalítica, o terapeuta busca trazer o trauma para a consciência, permitindo que a pessoa elabore a sua história de vida, reduzindo o impacto do olhar de mil jardas e promovendo a cura durante o tratamento.
A cura é possível?
Sim, a cura é possível e envolve tratar a cura através da terapia psicanalítica, utilizando a terapia de exposição.
Outras abordagens, como yoga e técnicas de atenção plena (mindfulness), atividades físicas, apoio social e práticas de respiração profunda podem ser muito eficazes ajudando na redução do estresse.
É importante ressaltar que a recuperação pode levar tempo e variar de pessoa para pessoa.
* Francisco Braga é Psicanalista Especialista em Ansiedade e Depressão, Psicoterapia, Neuropsicofarmacologia e CID, Gestalt Terapia, Psicologia Hospitalar, Psicologia Aplicada à Reabilitação e Pós-graduando em Neuropsicanálise