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O EFEITO DEVASTADOR DO CRACK, E A IMPORTÂNCIA DA TERAPIA PSICANALÍTICA
Os “agachados”. Assim são chamados os usuários de crack que ficam jogados pelas ruas, na sarjeta, em busca de mais uma pedra.
Por Francisco Braga
Publicado em 06/05/2025 08:21
Saúde Mental
O isolamento causado pela droga

A droga que tem alcançado a população menos favorecida, agora atravessou a fronteira social. Pessoas de todas as classes, que infelizmente acabam se enveredando por este caminho escuro do crack e não conhecem o risco de dependência e até mesmo as doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV.

Neste grupo de pessoas, não importa quem você é, o mais importante é a droga. Na realidade existem duas versões sobre a origem do nome desta droga devastadora mais conhecida como crack.

Uma delas é a referência sobre os estalos que a mistura de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio e água faz quando são aquecidas em panelas simples para ressecar e formar a pedra.

A outra faz referência ao barulho que a pedra faz quando o usuário está fumando através de cachimbos.   A borra que sobra do refino da cocaína dá origem ao crack, que são a parte mais impura do material.

O crack é fumado geralmente em cachimbos, cigarros e em latas de alumínio.

O viciado ao utilizar a droga, costuma tampar a boca do cachimbo com plástico para obter melhor aproveitamento da fumaça, onde o efeito fica sendo bem maior.

O crack surgiu nos anos de 1970, quando começaram a misturar a cocaína a outros produtos.

Já na década de 80, o crack se tornou grandemente popular principalmente nas classes mais pobres dos Estados Unidos. No Brasil, o crack chegou no início da década de 1990. Mas o Rio de Janeiro foi o último estado a registrar a entrada da droga. A primeira vez que a polícia recolheu a droga foi em 2003. Os efeitos sociais causados por esta droga, estão relacionados as atividades cotidianas, como os estudos e também no trabalho, onde são os mais afetados, pela forte excitação provocada pelo uso do crack, que resulta ao usuário extrema agitação. Agressividade também é outro tipo de mudança de comportamento do usuário. Mesmo sendo baixo o custo de uma pedra de crack, mas os dependentes gastam muito para poder suprir a necessidade constante de consumo.

Neste caso, os usuários acabam realizando furtos dentro da própria casa, onde a convivência familiar acaba se desgastando. Por este motivo, muitos viciados passam a viver nas ruas e sarjetas, perambulando pela cidade para conseguir dinheiro.

Onde muitos dependentes chegam a realizar assaltos e até mesmo à prostituição onde a promiscuidade aumenta, e com isso a contaminação através das doenças sexualmente transmissíveis chegando até a AIDS.

O esgotamento mental é outro mal que os usuários do crack se deparam. O uso contínuo da droga conduz o indivíduo a um estado mental conhecido como “burnout” (cérebro queimado, numa tradução livre do inglês), que é dado a uma forma gravíssima de esgotamento mental e até mesmo físico, impedindo a pessoa de trabalhar, conviver em sociedade e ter uma vida normal.

A síndrome de burnout,  apresenta falta de energia, fadiga crônica, tensão, irritabilidade, falta de concentração, problemas com sono, depressão, entre outros.  O uso de crack nas classes mais altas, muitas vezes podem estar associadas à comorbidade  psiquiátrica, como os transtornos de personalidade e os de humor. Independente dos números, o que mais sensibiliza na expansão do uso da droga é a velocidade do deterioro da vida mental, orgânica e social do usuário.

Não se pode deixar de falar sobre o fenômeno das crianças (crack babies) intoxicadas pelo crack durante a gravidez. O uso do crack durante a gestação pode desencadear abortos espontâneos, prematuridade, diminuição no crescimento do feto e outras alterações perinatais. E as crianças que nascem vivas podem apresentar retardo mental, e outros tipos de transtornos psíquicos que irão atrapalhar o indivíduo por toda sua vida.

Psicanálise oferece diversos benefícios para o tratamento da dependência, como, Compreensão Profunda: Permite uma compreensão mais profunda dos motivos que levam à dependência. Mudança Estrutural: Possibilita mudanças estruturais na personalidade do paciente, reduzindo o risco de recaídas. Nesta mesma linha, consideramos que o tratamento psicanalítico com dependentes químicos é viável e tem como objetivo resgatar a plasticidade subjetiva, criando condições para a saída de uma posição de extrema alienação, na relação que o dependente estabelece com a substância.

 

 

 

 

 

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