A droga que tem alcançado a população menos favorecida, agora atravessou a fronteira social. Pessoas de todas as classes, que infelizmente acabam se enveredando por este caminho escuro do crack e não conhecem o risco de dependência e até mesmo as doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV.
Neste grupo de pessoas, não importa quem você é, o mais importante é a droga. Na realidade existem duas versões sobre a origem do nome desta droga devastadora mais conhecida como crack.
Uma delas é a referência sobre os estalos que a mistura de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio e água faz quando são aquecidas em panelas simples para ressecar e formar a pedra.
A outra faz referência ao barulho que a pedra faz quando o usuário está fumando através de cachimbos. A borra que sobra do refino da cocaína dá origem ao crack, que são a parte mais impura do material.
O crack é fumado geralmente em cachimbos, cigarros e em latas de alumínio.
O viciado ao utilizar a droga, costuma tampar a boca do cachimbo com plástico para obter melhor aproveitamento da fumaça, onde o efeito fica sendo bem maior.
O crack surgiu nos anos de 1970, quando começaram a misturar a cocaína a outros produtos.
Já na década de 80, o crack se tornou grandemente popular principalmente nas classes mais pobres dos Estados Unidos. No Brasil, o crack chegou no início da década de 1990. Mas o Rio de Janeiro foi o último estado a registrar a entrada da droga. A primeira vez que a polícia recolheu a droga foi em 2003. Os efeitos sociais causados por esta droga, estão relacionados as atividades cotidianas, como os estudos e também no trabalho, onde são os mais afetados, pela forte excitação provocada pelo uso do crack, que resulta ao usuário extrema agitação. Agressividade também é outro tipo de mudança de comportamento do usuário. Mesmo sendo baixo o custo de uma pedra de crack, mas os dependentes gastam muito para poder suprir a necessidade constante de consumo.
Neste caso, os usuários acabam realizando furtos dentro da própria casa, onde a convivência familiar acaba se desgastando. Por este motivo, muitos viciados passam a viver nas ruas e sarjetas, perambulando pela cidade para conseguir dinheiro.
Onde muitos dependentes chegam a realizar assaltos e até mesmo à prostituição onde a promiscuidade aumenta, e com isso a contaminação através das doenças sexualmente transmissíveis chegando até a AIDS.
O esgotamento mental é outro mal que os usuários do crack se deparam. O uso contínuo da droga conduz o indivíduo a um estado mental conhecido como “burnout” (cérebro queimado, numa tradução livre do inglês), que é dado a uma forma gravíssima de esgotamento mental e até mesmo físico, impedindo a pessoa de trabalhar, conviver em sociedade e ter uma vida normal.
A síndrome de burnout, apresenta falta de energia, fadiga crônica, tensão, irritabilidade, falta de concentração, problemas com sono, depressão, entre outros. O uso de crack nas classes mais altas, muitas vezes podem estar associadas à comorbidade psiquiátrica, como os transtornos de personalidade e os de humor. Independente dos números, o que mais sensibiliza na expansão do uso da droga é a velocidade do deterioro da vida mental, orgânica e social do usuário.
Não se pode deixar de falar sobre o fenômeno das crianças (crack babies) intoxicadas pelo crack durante a gravidez. O uso do crack durante a gestação pode desencadear abortos espontâneos, prematuridade, diminuição no crescimento do feto e outras alterações perinatais. E as crianças que nascem vivas podem apresentar retardo mental, e outros tipos de transtornos psíquicos que irão atrapalhar o indivíduo por toda sua vida.
A Psicanálise oferece diversos benefícios para o tratamento da dependência, como, Compreensão Profunda: Permite uma compreensão mais profunda dos motivos que levam à dependência. Mudança Estrutural: Possibilita mudanças estruturais na personalidade do paciente, reduzindo o risco de recaídas. Nesta mesma linha, consideramos que o tratamento psicanalítico com dependentes químicos é viável e tem como objetivo resgatar a plasticidade subjetiva, criando condições para a saída de uma posição de extrema alienação, na relação que o dependente estabelece com a substância.